Vamos dar uma olhada nos comentários de Direito Penal na prova de Delegado/ES ? Como as questões estão comentadas detalhadamente,você pode encontrar possíveis recursos. Boa Leitura e boa sorte.
Crisântemo não possuía as pernas e utilizava uma
cadeira de rodas para se locomover. Em um
determinado dia, estando em seu sítio, percebeu
quando elementos furtavam frutas em seu pomar.
Gritou e pediu insistentemente que se afastassem e
fossem embora. Como os elementos continuassem a
subtrair-lhe as frutas, efetuou um disparo com sua
espingarda, calibre 38, contra os mesmos, tendo o
disparo transfixado um deles e lesionado outro que,
em razão dos ferimentos, permaneceram quarenta
dias internados em um hospital público da cidade.
Após restar provado todo esse episódio, pode-se
afirmar que Crisântemo:
A) não praticou crime, pois se utilizou do meio
necessário, portanto excluindo a ilicitude.
B) praticou o crime de lesão corporal grave
consumada, tendo ocorrido aberratio ictus
C) praticou o crime de lesão corporal gravíssima
consumada, tendo ocorrido aberratio delicti .
D) praticou o crime de tentativa de homicídio
qualificado pelo motivo torpe, tendo ocorrido
aberratio ictus.
E) praticou o crime de tentativa de homicídio
qualificado pelo motivo fútil, tendo ocorrido aberratio ictus
Comentário: A meu ver, gabarito correto (A). O senhor era deficiente, cadeirante, e utilizou-se dos meios necessários para defender direito seu (patrimônio). A desproporcionalidade, em tese, do uso da espingarda torna-se relativizada face a suas limitações físicas. A agressão ao bem jurídico era atual e iminente. Não é só a vida e a integridade física que goza da proteção da legítima defesa. Todos os direitos podem e devem ser objeto de proteção, incluindo-se a posse e a propriedade.
Maria, a pedido de sua prima Joana, por
concupiscência desta, convenceu sua vizinha
Pauliana, de 12 anos de idade, a assistir Joana e seu
namorado Paulo em intimidades sexuais. Assim,
pode-se concluir que Maria obrou para o delito de:
A) favorecimento da prostituição ou outra forma de
exploração sexual de vulnerável.
B) satisfação de lascívia mediante presença de
criança ou adolescente.
C) corrupção de menores.
D) submeter criança ou adolescente sob sua
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento.
E) aliciar criança, com o fim de com ela praticar ato
libidinoso.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (B). “Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem”.
João morava em uma comunidade onde havia
comércio ilegal de cannabis sativa, razão por que era
constante a ação da polícia no local. “Dedinho”,
responsável pelo comércio ilegal de drogas na
comunidade, objetivando não ser incomodado em
suas vendas, e buscando não perder a sua
mercadoria, contratou João para soltar rojões quando
os policiais chegassem à entrada da comunidade, o
que se deu por muitas vezes.Assim, João:
A) colaborou como informante do tráfico de drogas
ilícitas (artigo 37 da Lei n° 11.343/2006).
B) deve responder como partícipe do tráfico de
drogas ilícitas (artigo 33 da Lei n° 11.343/2006).
C) deve responder como coautor do tráfico de drogas
ilícitas (artigo 33 da Lei n° 11.343/2006).
D) praticou o crime de associação para o tráfico de
drogas ilícitas (artigo 35 da Lei n° 11.343/2006).
E) praticou o crime de quadrilha ou bando (artigo 288
do CP).
Comentário: A meu ver, gabarito correto (A)Trata-se do “fogueteiro”. “Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei”
Lauro lançou detritos orgânicos em um rio que corta a
sua fazenda tornando impróprio o consumo das
águas dos lençóis subterrâneos pela população
vizinha que deles se utilizava através de poços, pois
na localidade não existia distribuição pública de rede
de abastecimento de águas. Por constatação dos
órgãos de Saúde Pública, o consumo das águas dos
poços poderia causar danos à saúde humana.Assim,
a Lauro:
A) deve ser imputado o crime de lesão corporal
tentada, preconizado no artigo 129 c/c artigo 14, II,
ambos doCP.
B) deve ser imputado o crime de envenenamento de
água potável, preconizado no artigo 270 doCP.
C) não pode ser imputado crime, uma vez que os
lençóis são subterrâneos.
D) deve ser imputado o crime de causar poluição,
preconizado no artigo 54 da Lei n° 9.605/1998.
E) deve ser imputado o crime de perigo para a vida
ou saúde de outrem, preconizado no artigo 132 do
CP.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (D). Crime ambiental, em razão da especialidade. “Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:”
A Portaria nº 104/2011, do Gabinete do Ministério da
Saúde, definiu a relação de doenças de notificação
compulsória em todo o território nacional. Joaquim,
médico, ao tomar conhecimento de um paciente que
estava com uma patologia descrita na referida
normativa, por amizade ao mesmo, não comunicou a
doença aos órgãos competentes, motivo pelo qual,
ao ser descoberto tal fato, foi processado
criminalmente. Na hipótese de antes do julgamento,
ser editada nova normativa, retirando a referida
patologia do rol de doenças de notificação
compulsória, pode-se afirmar que:
A) trata-se de lei excepcional ou temporária, portanto
pode ser condenado, consoante preconiza o
artigo 3º doCP.
B) não há como incidir a retroatividade da lei penal,
em face de não ter sido alterado a matéria da
proibição.
C) deve ocorrer a ultra-atividade da lei penal, pois se
trata de norma penal em branco stricto sensu.
D) deve incidir a retroatividade da lex mitior ,
considerando que alterou a matéria da proibição.
E) deve incidir a retroatividade do abolitio criminis ,
considerando que se alterou a matéria da
proibição.
Comentário: A meu ver, questão passível de anulação, que teve como gabarito correto (E). A questão da retroatividade dos complementos das normas penais em branco possui correntes divergentes e, a depender da adotada, poderia também ter como resposta a letra B, em se tratando de norma penal em branco heterogênea. Questão a ser cobrada em provas subjetivas.
Lucileide, ao sair de sua residência, foi rendida por
dois homens, que portavam armas de fogo, e
colocada no porta-malas do seu próprio veículo. Os
marginais percorreram por muitas horas vários
bairros, sendo exigido sempre de Lucileide efetuar
vários saques bancários em contas de sua
titularidade, sempre sob a ameaça de armas,
inclusive sob a ameaça de ser violentada
sexualmente. Logo, Lucileide foi vítima do delito de:
A) extorsão simples (artigo 158, caput, do CP).
B) extorsão qualificada (artigo 158, § 3º do CP).
C) extorsão mediante sequestro (artigo 159 do CP).
D) cárcere privado (artigo 148 do CP).
E) roubo (artigo 157, § 2,V, do CP).
Comentário: A meu ver, gabarito correto (B). Trata-se da figura do “sequestro relâmpago”. “Art. 158, §3º: Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente”
Joseval, no calor de uma discussão com Marinalda,
sua namorada, por divergências esportivas, pois
torcem para times distintos, desferiu um soco no rosto
desta, que resultou em lesão, após o que Marinalda
passou a não sentir mais paladar.Assim, Joseval:
A) deve responder pelo crime de lesão corporal
gravíssima.
B) deve responder pelo crime de violência
doméstica.
C) não deve responder por crime algum, pois a
imputabilidade fica excluída pela emoção ou pela
paixão.
D) deve responder pelo crime de lesão corporal
simples.
E) deve responder pelo crime de lesão corporal
grave.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (A). Houve perda de função de corpo humano (paladar).
Geraldino permitiu seu encarceramento pelo
patologista André, para se submeter a uma
experiência científica. Ao terminar o período da
experiência, Geraldino procurou a delegacia de
polícia da circunscrição de sua residência, alegando
que fora vítima de crime, em face do seu
encarceramento. Do relato apresentado, conclui-se:
A) André praticou o crime de sequestro ou cárcere
privado qualificado, preceituado no artigo 148,
§ 2º (se resulta à vítima, em razão de maus-tratos
ou da natureza da detenção, grave sofrimento
físico ou moral) doCP.
B) André praticou o crime de lesão corporal, que
absorve o crime de sequestro ou cárcere privado.
C) André praticou os crimes de lesão corporal e de
sequestro ou cárcere privado, em concurso
material.
D) Não há crime, pois o consentimento do ofendido
excluiu a ilicitude.
E) André praticou o crime de sequestro ou cárcere
privado qualificado, preceituado no artigo 148,
§ 1º, II (se o crime é praticado mediante internação
da vítimaemcasa de saúde ou hospital) do CP.
Gabarito: A meu ver, gabarito correto (D). O consentimento do ofendido, causa supralegal de exclusão da ilicitude, faz-se presente quando o consentimento é dado por pessoa capaz e o bem jurídico é disponível, o que afigura-se no presente caso.
Quanto à aplicação da lei penal brasileira no espaço,
é correto afirmar:
I. O princípio da universalidade, preconizado no
artigo 7º, II, a, do CP não obsta a concessão da
extradição ao Estado no qual ocorreram as
práticas delituosas.
II. Em razão do princípio da personalidade passiva, o
brasileiro nato não pode ser extraditado,
entretanto é submetido à lei brasileira quando
pratica crime no estrangeiro, mesmo que já tenha
cumprido pena ou tenha sido absolvido no país
onde praticou o crime.
III. A legislação brasileira adota de forma irrestrita o
princípio da justiça universal; inclusive nos crimes
de tráfico de pessoas esse princípio prevalece em
prejuízo do princípio da territorialidade.
IV. O território onde estão instaladas as embaixadas
estrangeiras passam a constituir território do
Estado da embaixada.
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s)
correta(s).
A) III e IV, apenas.
B) I e IV, apenas.
C) I, apenas.
D) I, II, III e IV.
E) II, III e IV, apenas.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (C). O item II está incorreto no período “mesmo que já tenha cumprido pena ou tenha sido absolvido no país onde praticou o crime”. O item III está incorreto porque o tráfico de pessoas encontra tipificação no CPB, razão pela qual o princípio da justiça universal não o sobrepõe. O item IV está incorreto porque território de embaixada é território do país no qual está instalada a embaixada.
Quanto às organizações criminosas, preconizadas
na Lei nº 9.034/1995, pode-se afirmar:
I. A expressão “organização criminosa” preceituada
no artigo 1º é um complemento normativo do tipo,
tratando-se, no caso, de uma norma penal em
branco heteróloga ou em sentido estrito.
II. A definição jurídica de organização criminosa não
se submete ao princípio da taxatividade.
III. Entende-se como “grupo criminoso organizado”
aquele estruturado de três ou mais pessoas,
existente há algum tempo e atuando
concertadamente com o propósito de cometer
uma ou mais infrações graves, com a intenção de
obter, direta ou indiretamente, um benefício
econômico ou outro benefício material.
IV. Somente se entende como organização criminosa
os ilícitos decorrentes de ações praticadas por
quadrilha ou bando.
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s)
correta(s).
A) II, III e IV, apenas.
B) I e IV, apenas.
C) I, apenas.
D) I, II, III e IV.
E) I, II e III, apenas.
Comentário: Cabe recurso. O gabarito dado foi a letra (E). Ocorre que o item I não pode ser considerado como correto. Se a norma penal for em sentido estrito (heterogênea), ela jamais pode ser heteróloga, visto que este tipo de classificação (assim como as homólogas) só existem para as normas penais em branco homogêneas.
Dois veículos chocaram-se em um cruzamento. Em
razão da colisão, um dos motoristas fraturou um
braço, o que o impossibilitou de trabalhar por seis
meses. O outro motorista teve uma luxação no joelho
direito. O fato foi apurado pela delegacia local,
restando cabalmente provado que os motoristas de
ambos os carros concorreram para a colisão, pois
um, em face da ausência de manutenção, estava sem
freio, e o outro havia avançado o sinal e estava em
velocidade acima da permitida. Assim, conclui-se que
se trata de hipótese de:
A) lesão corporal culposa, preceituada no artigo 129,
§ 6º doCP.
B) aberratio delicti
C) culpa consciente.
D) autoria colateral.
E) compensação de culpa.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (D). Ocorre autoria colateral quando, ausentes os requisitos do concurso de pessoas, duas pessoas concorrem para uma infração penal.
Oagente penitenciário Mauro agenciou a fuga de três
pessoas que cumpriam medida de segurança
imposta pelo Juiz criminal no manicômio judiciário em
que era lotado. Para tanto, Mauro recebeu um carro,
uma casa e vinte mil reais em dinheiro. Portanto,
Mauro:
A) deve responder pelo crime de corrupção ativa,
preceituado no artigo 333 doCP.
B) deve responder pelo crime de corrupção passiva,
preceituado no artigo 317 doCP.
C) deve responder pelo crime de concussão,
preceituado no artigo 316 doCP.
D) não deve responder por crime algum, pois se trata
de cumprimento de medida de segurança.
E) deve responder pelo crime de facilitação de fuga,
preceituado no artigo 351 doCP.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (E). “Art. 351 – Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva”
No interior de uma aeronave de uma companhia
americana, quando esta sobrevoava o estado da
Bahia, Patrícia, que embarcara no aeroporto de
Vitória – ES, viajando para os Estados Unidos da
América, teve um desentendimento com uma
comissária de bordo do avião, por causa do assento
em que estava posicionada. Em razão do tratamento
dispensado pela comissária de bordo, Patrícia
solicitou seu nome, ocasião em que a funcionária da
companhia aérea disse que não daria, inclusive
afirmou: “Amanhã vou acordar jovem, bonita,
orgulhosa, rica e sendo uma poderosa americana, e
você vai acordar como safada, depravada, repulsiva,
canalha e miserável brasileira.” Assim, essa
aeromoça:
A) praticou o crime de tortura (Lei nº 9.455/1997),
pois constrangeu a vítima, causando-lhe
sofrimento mental, em razão de discriminação
racial.
B) praticou o crime de racismo, preceituado na
Lei n° 7.716/1989.
C) praticou o crime de difamação, com fulcro no
artigo 139 doCP.
D) não praticou crime perante a lei brasileira, em face
do princípio do pavilhão.
E) praticou o crime de injúria racial, com fulcro no
artigo 140, § 3º doCP.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (B). Como a intenção da funcionária transcendeu o âmbito da simples ofensa à moça, estendendo-se para os brasileiros, de uma maneira geral, configurou-se o crime de racismo.
Adriana, desejando a morte de sua amiga Leda, por
vingança, mediante ameaça com uma faca, obrigou-a
a ingerir “chumbinho”, substância utilizada para matar
ratos, a despeito das súplicas da vítima que sabia que
a ingestão daquela substância poderia levá-la a
morte. Após a ingestão do veneno, a vítima
permaneceu agonizando por duas horas, vindo a
óbito. Logo, Adriana deve responder pelo crime de
homicídio doloso:
A) qualificado por meio cruel.
B) duplamente qualificado por motivo torpe e por
meio insidioso.
C) duplamente qualificado por motivo torpe e por
meio cruel.
D) simples consumado.
E) qualificado por meio insidioso.
Comentário: A meu ver, gabarito “meio” correto (A). O veneno, a partir do momento que a vítima ficou sabendo que se tratava dele, já não poderia mais ser tratada como a qualificadora (veneno ou meio insidioso). A vingança, por si só, não constitui torpeza, vingança se enquadra como torpeza se é decorrente de uma antecedente torpe (http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20110601152723106&mode=print). Todavia, existem posicionamentos em sentido contrário. Passível de recurso.
A Presidente da República editou uma Medida
Provisória, agravando a pena de um determinado
crime. Logo, pode-se afirmar:
I. Trata-se de lei em sentido formal.
II. Pelo princípio da retroatividade benéfica, a
Medida Provisória somente poderá ser aplicada a
fatos posteriores à sua edição.
III. A agravação da pena somente poderá ocorrer
após a aprovação da Medida Provisória pelo
Congresso Nacional.
IV. Apresenta vício de origem que não convalesce
pela sua eventual aprovação.
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s)
correta(s).
A) II, III e IV, apenas.
B) I, apenas.
C) IV, apenas.
D) I, II, III e IV.
E) I, II e III, apenas.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (C). O item I não está correto porque MP é lei em sentido material. O item II está incorreto porque não se admite medida provisória que agrave pena. O item III está incorreto pelo mesmo motivo antes exposto.
Luciano, sorrateiramente, apoderou-se de um
cheque ao portador de Vitor, em face deste dever a
ele uma importância idêntica à consignada no
cheque, como forma de pagamento e de quitação da
dívida de que é credor, tendo descontado o referido
título de crédito.Assim, Luciano:
A) incorreu em erro de tipo.
B) incorreu em erro de proibição.
C) praticou o crime de apropriação indébita.
D) praticou o crime de furto.
E) praticou o crime de estelionato.
Comentário: A meu ver, questão absurda, não há como prosperar o gabarito (B). Não há como se extrair do enunciado que Luciano agiu em erro sobre a ilicitude de sua conduta, pelo contrário: O uso da palavra “sorrateiramente” induz justamente o contrário.
Calêndula vendeu sua enteada Florisbela, de
dezenove anos de idade, com a finalidade da mesma
ser explorada sexualmente no exterior. Logo,
Calêndula:
A) praticou o crime de tráfico internacional de pessoa
para fim de exploração sexual, preceituado no
artigo 231 doCP.
B) praticou o crime de favorecimento da prostituição
ou outra forma de exploração sexual, preceituado
no artigo 228 doCP.
C) praticou o crime de favorecimento da prostituição
ou outra forma de exploração sexual de
vulnerável, preceituado no artigo 218-B doCP.
D) não praticou crime, pois o ato de vender alguém
com a finalidade de exploração sexual não está
criminalizado no Código Penal Brasileiro.
E) praticou o crime de rufianismo, preceituado no
artigo 230 doCP.
Comentário: A meu ver, passível de anulação. O gabarito dado (D) não há como prosperar. Isto porque o artigo 231 do CP fala em punir quem PROMOVE ou FACILITA a ENTRADA ou SAÍDA de alguém que vá exercer prostituição no exterior. A mulher vendeu sua enteada para a mesma ser explorada sexualmente no exterior. Isto não é promover? Se a justificativa for que no tipo penal não consta a palavra VENDER, esta conduta está implícita no tipo. Deve-se, neste caso, fazer uma interpretação extensiva, admitida no ordenamento jurídico penal brasileiro, mesmo que contra o réu.
Manoel, Paulo, Joaquim, Floriano e Constantino
estavam reunidos há cerca de seis meses, para a
constituição de um monopólio para a exploração e
extração de areia. Eles pagavam mensalmente dez
mil reais a Elpídio, oficial da patrulha ambiental, e a
outros brigadianos, a fim de que se omitissem de
realizar atos de fiscalização, inclusive, passaram a
fazer contatos com outras autoridades e pessoas
influentes visando à promoção de Elpídio, que, uma
vez no comando da polícia ambiental do Estado, com
mais efetividade atenderia aos interesses dos demais
corréus.Assim:
A) praticaram os crimes de quadrilha ou bando
(artigo 288 do CP) e tráfico de influência
(artigo 332 do CP).
B) praticaram o crime de quadrilha ou bando
(artigo 288 do CP) somente.
C) praticaram o crime de tráfico de influência (artigo
332 do CP) somente.
D) praticaram os crimes de quadrilha ou bando
(artigo 288 do CP), tráfico de influência (artigo 332
do CP), corrupção ativa (artigo 333 do CP) e crime
c o n t r a a A dmi n i s t r a ç ã o Amb i e n t a l
(Lei nº 9.605/1998.)
E) praticaram os crimes de quadrilha ou bando
(artigo 288 do CP), tráfico de influência (artigo 332
do CP) e corrupção ativa (artigo 333 do CP).
Comentário: A meu ver, gabarito correto (E). Não vislumbro a ocorrência do delito do artigo 332 do CP, haja vista que não solicitaram, exigiram, cobraram ou obtiveram vantagem ou promessa de vantagem para influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. “passaram a fazer contatos com outras autoridades e pessoas influentes visando à promoção de Elpídio, que, uma vez no comando da polícia ambiental do Estado, com mais efetividade atenderia aos interesses dos demais corréus.” Por este período, não se extrai este tipo penal.
O policial militar Efigênio estava efetuando uma
ronda, quando se deparou com dois elementos que
se agrediam, um deles já bastante ferido. Solicitou
que parassem de brigar, mas eles não o atenderam.
Apesar do PM portar um bastão, que seria suficiente
para contê-los, efetuou um disparo com sua arma de
fogo para o ar, haja vista o local não ser habitado.
Entretanto, o agressor que estava em vantagem não
se intimidou e partiu em sua direção para agredi-lo,
ocasião em que Efigênio efetuou um disparo contra o
agressor, causando-lhe lesões, que o levaram a
permanecer durante trinta e cinco dias em coma.
Pode-se, então, afirmar que o policial militar Efigênio:
A) praticou o crime de lesão corporal grave, pois
obrouemexcesso doloso da legítima defesa.
B) praticou o crime de lesão corporal grave, pois
obrouemexcesso culposo da legítima defesa.
C) não praticou crime, pois obrou nos estritos limites
da legítima defesa.
D) praticou o crime de homicídio doloso tentado, pois
obrouemexcesso doloso da legítima defesa.
E) praticou o crime de homicídio culposo tentado,
pois obrou em excesso culposo da legítima
defesa.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (C). Quando efetuou o disparo, estava sofrendo agressão injusta, visto que, como PM, apenas agiu para intervir a briga, sem agredir ninguém.
Josefina, chefe de uma seção da Secretaria de
Estado de Saúde, tomou conhecimento de que um
funcionário de sua repartição havia subtraído uma
impressora do órgão público. Por compaixão,emface
de serem muito amigos, Josefina não leva o fato ao
conhecimento dos seus superiores, para que as
medidas cabíveis quanto à responsabilização do
servidor fossem adotadas. Portanto, Josefina:
A) obrou para crime de condescendência criminosa,
haja vista não ter competência para
responsabilizar o seu subordinado, mas o dever
de levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente.
B) obrou para crime de corrupção passiva, haja vista
a compaixão ser uma vantagem indevida.
C) obrou para crime de prevaricação.
D) não obrou para crime algum, haja vista não ter
competência para responsabilizar o seu
subordinado.
E) obrou para crime de condescendência criminosa,
haja vista ter competência para responsabilizar o
seu subordinado.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (C). A palavra “compaixão” entregou tudo. Crime de prevaricação.
Daniele falsificou um cartão de crédito de sua irmã
Luciana. Logo, pode-se afirmar:
A) praticou o crime de falsificação de documento
público.
B) trata-se de hipótese de escusa absolutória.
C) trata-se de imunidade penal relativa.
D) praticou o crime de estelionato.
E) praticou o crime de falsificação de documento
particular.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (E). Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro. Cartão de crédito ou débito são considerados documentos particulares para fins deste tipo penal.
Anderson, ginecologista, foi procurado por Zéfira, que
estava grávida de seu amante Josenildo. Zéfira
solicitou que Anderson interrompesse sua gravidez,
mediante a utilização de uma curetagem, objetivando
esconder a traição. Anderson, que era inimigo de
Josenildo, efetuou um procedimento cirúrgico
causando a expulsão do embrião e, para se vingar de
Josenildo, retirou os dois ovários de Zéfira. Assim,
pode-se afirmar:
A) Anderson deve responder pelo crime de aborto
com o consentimento da gestante (artigo 126 do
CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda
ou inutilização de função – artigo 129, § 2º, III do
CP),emconcurso formal.
B) Anderson deve responder pelo crime de aborto
com o consentimento da gestante (artigo 126 do
CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda
ou inutilização de função – artigo 129, § 2º, III, do
CP),emconcurso material.
C) Anderson deve responder pelo crime de lesão
corporal gravíssima (se resulta aborto).
D) Zéfira deve responder pelo crime de aborto
provocado com o consentimento da gestante
(artigo 124 do CP), em concurso de agentes com
Anderson.
E) Anderson deve responder pelo crime de aborto
com o consentimento da gestante (artigo 126 do
CP) com a causa de aumento de pena prevista no
artigo 127 doCP.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (A). O concurso é formal e não material porque os dois crimes foram praticados no mesmo procedimento cirúrgico.Havia, ainda, desígnios autônomos.
Sílvio e Mário, por determinação de Valmeia, prima de
Sílvio, tomaram vários eletrodomésticos da casa de
Joaquina, que havia saído para trabalhar. Após a
divisãoempartes iguais, Valmeia, por necessitar para
utilização em sua casa, comprou de Sílvio e Mário os
eletrodomésticos que lhes couberam na divisão.
Logo, pode-se afirmar que:
A) Sílvio e Mário são autores do crime de furto,
enquanto Valmeia é autora do crime de furto e
receptaçãoemconcurso material.
B) Sílvio e Mário são autores do crime de furto,
enquanto Valmeia é autora do crime de furto e
receptaçãoemconcurso formal.
C) Sílvio e Mário são autores do crime de furto,
enquanto Valmeia é autora do crime de furto e
receptaçãoemcontinuidade delitiva.
D) Valmeia, Sílvio e Mário são coautores do crime de
furto.
E) Sílvio e Mário são autores do crime de furto,
enquanto Valmeia é partícipe do crime de furto.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (D). Todos concorreram para a subtração de coisa alheia móvel e não há que se falar em receptação (para valmeia) por ter sido coisa que ela mesma furtou (teoria monista do concurso de pessoas).
Índio, de 17 anos de idade, Polegar, de 18 anos de
idade, e Calunga, de 25 anos de idade, utilizavam
Maurinho, de 5 anos, como isca para atrair pessoas,
ocasião em que retiravam das vítimas todos os
pertences, mediante ameaça com um revólver de
propriedade de Calunga. Após um ano dessa prática,
sempre da mesma forma, no mesmo local e com os
mesmos personagens, foram descobertos. Logo,
pode-se afirmar.
I. Ocorreu o crime de formação de quadrilha (artigo
288 do CP).
II. Ocorreram crimes de roubo, com causa especial
de aumento de pena, em face do emprego de
arma e concurso de mais de duas pessoas, em
concurso material (artigo 157, § 2º, I e II c/c artigo
69, todos do CP).
III. Ocorreram crimes de roubo, com causa especial
de aumento de pena, em face do emprego de
arma, em concurso material (artigo 157, § 2º, I c/c
artigo 69, todos do CP).
IV. Ocorreram crimes de roubo, com causa especial
de aumento de pena, em face do emprego de
arma e concurso de mais de duas pessoas, em
continuidade delitiva (artigo 157, § 2º, I e II c/c
artigo 71, todos do CP).
Indique a opção que contempla apenas a(s)
assertiva(s) correta(s).
A) I e IV.
B) I.
C) IV.
D) I e II.
E) I e III.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (C). O item I está incorreto porque com relação à criança há autoria mediata, logo ela não irá integrar crime de quadrilha ou bando. O item II está incorreto porque não há concurso material, e sim continuidade delitiva. O item III está incorreto porque, como dito, não há concurso material.
Gertrudes, para ir brincar o carnaval, deixou
dormindo em seu apartamento seus filhos Lúcio, de
cinco anos de idade, e Lígia, de sete anos de idade.
As crianças acordaram e, por se sentirem sós,
começaram a chorar. Os vizinhos, ouvindo os choros
e chamamentos das crianças pela janela do
apartamento, que ficava no terceiro andar do prédio,
arrombaram a porta, recolheram as crianças e
entregaram-nas ao Conselho Tutelar. Logo, pode-se
afirmar que Gertrudes deve responder pelo crime de:
A) perigo a vida ou saúde de outrem e os vizinhos
não praticaram crime, pois estavam agindo em
estado de necessidade de terceiros.
B) abandono de incapaz e os vizinhos não
praticaram crime, pois estavam agindo em estado
de necessidade de terceiros.
C) pelo crime de abandono material e os vizinhos não
praticaram crime, pois estavam agindo em estado
de necessidade exculpante de terceiros.
D) perigo a vida ou saúde de outrem e os vizinhos
não praticaram crime, pois estavam agindo em
legítima defesa de terceiros.
E) abandono de incapaz e os vizinhos não
praticaram crime, pois estavam agindo em
legítima defesa de terceiros.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (B). Configura-se o crime do artigo 133 do CP e está presente a justificante, visto que agiram para salvar as crianças de perigo (estavam na janela, no 3º andar).
Quanto ao crime de porte ilegal de arma de fogo, é
correto afirmar:
I. Écrime de perigo concreto.
II. É imprescindível a demonstração de efetivo
caráter ofensivo.
III. Tem como objetivo proteger a incolumidade
pessoal.
IV. É um tipo penal preventivo, que busca minimizar o
risco de comportamentos que vêm produzindo
efeitos danosos à sociedade.
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s)
correta(s).
A) II, III e IV, apenas.
B) I, apenas.
C) IV, apenas.
D) I, II, III e IV.
E) I, II e III, apenas.
Comentário: Questão passível de anulação. Divergência dos Tribunais. A questão não disse de qual tribunal queria o posicionamento. Conforme entendimento esposado pelo Superior Tribunal de Justiça, a arma de fogo, para representar uma ameaça à sociedade, deve estar municiada, ou o agente deve ter pronta disponibilidade de munição: a arma sem munição disponível ao agente não tem eficácia, e não deveria ser considerada fato típico (ver, nesse sentido, os precedentes: HC 124.907, HC-76.998/MS, HC-70.544/RJ). Em outros termos, o Superior Tribunal de Justiça assinalou que o crime de porte de arma de fogo classifica-se, no que tange a ofensa ao bem jurídico, como crime de perigo CONCRETO. Isto porque, para que haja tipicidade material, a conduta deve afetar, concretamente, a segurança social, algo que uma arma de fogo desmuniciada é incapaz de realizar.
A segunda turma do Supremo Tribunal Federal, por seu turno, conforme restou claro no julgamento, considerou o crime de porte de arma de fogo como delito de perigo abstrato, em que a só ação de portar uma arma, ainda que sem potencialidade lesiva concreta, já configura crime, pela razão da incriminação do legislador. De acordo com o informativo 656:
“Entendeu-se que, após a entrada em vigor da Lei 10.826/2003, a hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja caracterização não importaria o resultado concreto da ação. Aduziu-se que a referida lei, além de tipificar o simples porte de munição, não exigiria para a configuração do crime sob análise que a arma estivesse municiada, de acordo com que se extrairia da redação do art. 14 daquele diploma legal”.
Importa ressaltar que o entendimento do informativo do STF ainda não é pacífico na corte, representando o posicionamento da segunda turma.
Quanto ao crime de ocultação de cadáver, é INCORRETO afirmar:
I. Osujeito passivo é a coletividade.
II. Écrime vago.
III. Possui sujeito passivo determinado.
IV. Não importa se o cadáver era de uma criança, de
um jovem, de uma grávida, pois morto é o objeto
material do delito.
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s)
correta(s).
A) I, II e IV, apenas.
B) II, III e IV, apenas.
C) III, apenas.
D) I, II, III e IV.
E) I, II e III, apenas.
Comentário: A meu ver, gabarito correto (A), embora tenha sido uma puta de uma sacanagem o modo o qual o enunciado foi escrito. Bom, as assertivas CORRETAS são a I, II e IV. A III está incorreta porque trata-se de crime vago.
Em razão do pleito de Mário, chefe de departamento
da Secretaria de Obras, em favor de seu amigo José,
que era proprietário de uma empresa de
recapeamento, foi celebrado um contrato entre a
empresa de José e a referida Secretaria, objetivando
o recapeamento de várias ruas. Esse contrato
posteriormente foi invalidado por decisão judicial,
haja vista ferir vários preceitos legais. Logo, Mário:
A) praticou o crime de prevaricação, preceituado no
artigo 319 doCP.
B) praticou o crime de corrupção passiva,
preceituado no artigo 317 doCP.
C) tem sua conduta justificada, em face da decisão
de invalidade do contrato.
D) praticou o crime preceituado na Lei nº 8.666/1993.
E) praticou o crime de advocacia administrativa,
preceituado no artigo 321 doCP.
Comentário: A meu ver, passível de anulação o gabarito (D). Não é porque um contrato licitatório venha a ser invalidado judicialmente que se fará configurado crime licitatório. A questão fala em “ferir preceitos legais”, mas esses preceitos podem ser meramente administrativos, por exemplo.
Sebastião promoveu, organizou e dirigiu as
atividades exercidas por Maria, Paula e Ariane, que
veiculavam anúncios publicitários na imprensa,
oferecendo carta de crédito para aquisição de
veículos que não existiam. Inclusive, garantiam às
vítimas a liberação da carta de crédito no prazo
máximo de uma semana. Chegaram a firmar contrato
com cinco vítimas, que, a despeito de efetuarem o
pagamento, nunca receberam os veículos. Portanto,
pode-se afirmar que praticaram:
I. Crime contra o consumidor (artigo 7º, inciso VII, da
Lei nº 8.137/1990).
II. Crime contra o consumidor (Lei nº 8.078/1990).
III. Quadrilha ou bando (artigo 288 do CP).
IV. Estelionato (artigo 171 do CP)
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s)
correta(s).
A) II e III, apenas.
B) II e IV, apenas.
C) II, apenas.
D) I, II, III e IV.
E) I e III, apenas.
Comentário: A meu ver, o estelionato encontra-se perfeitamente configurado. “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”. O gabarito (E) dá a assertiva IV como incorreta. Passível de anulação.
Cedido pelo professor auxiliar Alexandre Zamboni.
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